Dilúvio insano
Dilúvio insano
Sabe aqueles dias em que
Saímos de casa com a convicção
De que existe algo diferente no ar.
E numa noite que tinha tudo pra ser
Muito especial, se tornou uma noite delinquente. Principalmente Quando
O acaso nos colocou no mesmo lugar.
Até às estrelas sumiram, Talvez
Trazendo um presságio de que
Haveria algo muito bom ou muito ruim
Que estivesse por vir. Quando você
Entrou no bar, até um gato preto
Adentrou junto e passou roçando
Minhas pernas, me encarou com
Um olhar profundo e pidão...
Enquanto você sentava numa
Mesa em frente a minha.
Até sorri com o gato, afinal de contas
Era uma sexta feira, treze de agosto
O encontro casual se tornou insano,
Mistico e pra complicar caiu um verdadeiro
Temporal que impediu que as pessoas que a gente esperava fossem ao nosso encontro.
Nossas mesas uma de frente pra outra...
A enxurrada alagava os bueiros lá fora
A nossa sorte era que o bar onde estávamos
Ficava no alto da ladeira e a música boa
E a falta de gente no local aproximou
Nossos olhares, quando ouvi de você
Que iria me imitar e passaria a tomar vinho.
Estávamos no barzinho pra encontrar
Nossos parceiros de relacionamentos
E agora por saber que os dois não viriam
terminamos dividindo a mesma mesa
O encontro que seria especial entre
Dois casais passou a ser insano, desregrado
E místico entre nós dois com a cumplicidade
Dos deuses das águas que mandaram uma Enxurrada que causou um caos no trânsito.
O vinho foi outro conspirador a enfeitiçar
O nosso encontro que com a ajuda da música,
Da chuva e do olhar misterioso do gato preto Passaram a nos aproximar cada vez mais
E quando o cantor cantou pedindo pra chuva
Não parar, nossos sorrisos cúmplices e profanos saíram no mesmo instante.
Depois dessa insanidade quando nos demos conta, surgiu o primeiro beijo, depois o segundo. E já éramos uma novo casal que
Se formou de um encontro casual o calor do Vinho a acender a fogueira do prazer de duas Pessoas desconhecidas, a combustão entre
Os corpos fora formada na negritude da noite
De chuva torrenciais...
Após três horas do nada a chuva cessou
E com ela o gato preto desapareceu, passei
A ver até duas estrelas tímidas no céu.
Era hora de sair dali, entendi como um sinal
E ao me despedir da pessoa a mesma me Pediu uma carona e por ser meu caminho
Não vi nenhum problema, já que tínhamos ultrapassados juntos o mesmo dilúvio.
Só que nem sempre depois da tempestade
Vem a bonança, e não é que a tempestade
Não só voltou, como trouxe consigo os
Primeiros relâmpagos e trovões...
O medo que senti era intenso e ao ver
A luz vermelha da entrada de um motel
Eu nem pensei duas vezes e já fui conduzindo O meu carro para um porto seguro.
A chuva veio tenebrosa, o barulho dos trovões eram ensurdecedores, após os relâmpagos. Abrimos outra garrafa de vinho e Quando nos demos conta já estávamos nos Beijando novamente, enquanto a tempestade Caia lá fora o fogo do tesão entrava em Nossos corpos nos fazendo transar
Louca e insanamente...
Julia Guedes
juliaguedes2021@yahoo.com.br