Busco algo
Busco algo
Que é, desde sempre,
Algo mais que algo.
Busco algo em alguém
Que faça todas as trepas anteriores,
Parecerem tão chatas quanto uma procissão.
Algo que não tem a ver com a materialidade,
Mas que é, desde sempre,
Infinitamente material.
Algo que lembre um chá de cogumelo, mas na foda,
Algo mais perigoso que a asfixia autoerótica,
E mais nojento que a cropofilia.
Algo com cheiro de eight, maconha e cachaça,
Algo que vai além da genitalidade,
Mas festeja, combinatoriamente, as nossas genitais.
Algo mais do que chupar um pinto ou uma buceta,
E diferente do que simplesmente enfiar um dildo no meu cu.
Algo como a dissolução, como perder as estribeiras,
Como perder as pregas e perder o controle do controle.
Busco algo como uma poesia feita de sangue, puz e corrimento.
Busco a intensidade e as linhas de putaria em seu aspecto mais sujo:
A carne que já não é mais carne.