Néctares e rastros...
Sinto o balançar das estrelas quando nossos corpos se tocam,
Ser assim beijada, sentir como lua que derrete,
Caindo pedaços, em véu no reflexo das águas,
Num torpor arremata com cintilante fita,
Na docilidade alegre que excita...
Como ondas do mar, os choques que dançam,
Em sede, em sal, consumido pelo calor do sol,
E no amanhecer, exaurido pelo tapete de areia,
As conchas festivas de paixão que nos floreiam...
No dorso da sua mão espalmada,
Retenho seu calor, em movimento doce,
O seu olhar que desvenda minh'alma,
Em voz que arrepia minha pele...
O desejo por ti nunca acaba,
Quanto mais o tenho, mais quero,
Você é meu néctar, em rica fonte,
A delícia de amor que tanto venero...
Entorpecemos então,
Entre as luzes e nuances,
No deleite delírio de nosso romance,
Sem quebras de contrato,
Regando minhas rosas,
Inundando os seus astros,
Carimbando rotas gostosas,
Delineando nossos rastros…