RESPIRAS

 

Respiras-me
como se da tua garganta
saíssem todos os gemidos do vento
a noite e o dia
o gozo
a urgência
Da tua boca

Caricias úmidas
para beber a excitação
dos teus olhos
a sedução quase hipnótica
da penetração

Despe-te
abre-me as portas do teu corpo
não existe outro caminho.

Confessamos entre corpos
o amor que um ao outro professamos
Um sentir de fluídos,
carne, e borboletas no estômago
São toques simples,
Silenciosamente eloquentes,
que perpetuam em nós
o desejo pelo prazer almejado
e pelo sagrado da vida!

Respiro-te,
pois de que outra maneira
poderia fazer do hoje luz,
e dos meus sonhos, poesia?

E respirando-te, te faço
o arrepio na minha pele,
o gosto de amora na minha boca,
a estrutura para minhas ambiguidades…

E quando faço de ti ar,
translado toda a dor da vida,
no gozo que hora versejo,
na boca satisfeita do beijo,
na brisa contente de mar.
...No verso que conclui o poema.

 

Dueto

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