VENTOS UIVANTES
Lambe a noite ventos uivantes!
Sons das ramagens açoitadas,
Na alcova lambem-se os amantes!
Sons das carnes desvirginadas.
Vento que lambe tudo pela frente!
Amantes se lambem em redemoinho,
Bocas sedentas num sugar fremente!
Língua introduzida no quente ninho.
Gemidos abafados pela ventania!
Amantes arraigados buscam o ápice,
Corpos compondo lúbrica poesia!
Na pele branca o Negro Lápis.
Contrastes num ritmo delicioso!
Um preencher profundo e forte,
Corpos bacantes arrebentando em gozo!
Uivos na noite, estertor de morte.
E lá fora o vento zune desvairado!
Na alcova os amantes recomeçam brisa...
Corpos novamente num lúbrico bailado!
Vento do desejo que pelos corpos desliza.