UM BATOM SOBRE O TERNO

 

Eu risquei com batom,

Indelével, sobre o terno marrom,

Um risco de rara beleza,

Era um tom sobre tom,

Viçoso e movediço,

Que o tecido torceu, retorceu,

Como resmungo,

resposta do intenso prazer,

Ah como era bom, a boca

Desmedida, traçando um roteiro

Sobre a lã.

Eram beijos, eram farfalhar de roupas,

Eram o que queriam que fossem,

Naquele tempo impossível de se medir.

Acabou a manhã,

Eu sem batom, ele sem terno.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 26/07/2023
Reeditado em 26/07/2023
Código do texto: T7846480
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.