UM BATOM SOBRE O TERNO
Eu risquei com batom,
Indelével, sobre o terno marrom,
Um risco de rara beleza,
Era um tom sobre tom,
Viçoso e movediço,
Que o tecido torceu, retorceu,
Como resmungo,
resposta do intenso prazer,
Ah como era bom, a boca
Desmedida, traçando um roteiro
Sobre a lã.
Eram beijos, eram farfalhar de roupas,
Eram o que queriam que fossem,
Naquele tempo impossível de se medir.
Acabou a manhã,
Eu sem batom, ele sem terno.