O silêncio dos olhares
Os olhares eram mais silenciosos que o silêncio,
perscrutando sem tabus os detalhes dos corpos
onde a carne submissa as emoções e estímulos
obedece aos estímulos humanos e sem erudição.
Qualquer toque, iria tombar os castelos castos
da razão comedida à mente guardiã do desejo.
As mãos ignoram a mente e botão a botão
libertam com sedução as vestes que ocultavam
a pele quente e arrepiada com tamanho desejo.
Como se o mundo abstrato tivesse adormecido.
O grito de erotismo que o corpo daquela mulher
espalhou na minha pele audaz é inclassificável.
Cresceram lentamente mamilos e gemidos
que gravitaram pelo meu corpo completamente nu…
Num grande abraço unirrefringente fomos estrelas,
viajamos pelo espaço e nos perdemos no prazer
que espalhou aromas de fogo incandescente…
As marcas rasgadas na minha pele são amor
são desejo carnal que se reproduzirá no tempo.
Gritamos organicamente vida no infinito das mentes.
Fomos e seremos muito mais que o silêncio dos olhares...