A Dualidade da Loucura
Teu corpo…minha pátria…nossa dualidade!
Não te curvas ao jugo da abstinência vil,
que compra fantasias a preços desumanos,
sem tempo sequer para amar de corpo e alma.
És a essência da simplicidade e a devastadora
erotização da carne da mulher verdadeiramente
feminizada entre os ecos dos gritos das pedras.
A credulidade ingênua da marca do terço de marfim
na pureza de tuas mãos, as mesmas onde sou alimento
na tua boca farta de pão… faminta da loucura da carne.
És a graça da corte e na palavra do Sr. Bispo!
És a arte abstrata atrás da prata da máscara Veneziana,
onde se espelham os mamilos duros entre o espartilho
e a explosão de odores a terra molhada e café da senzala.
Apenas os espelhos podem revela de quem são os orgasmos!
Olha! Olha para o relógio da torre! Foge! Foge!
És um verso perfeito da sociedade na fricção dos violinos
gemendo no salão de baile de caridade…que me alimenta!
És a proibida e misteriosa loucura… teu nome queima
na minha boca…luz que levaria à forca se o prenunciar!
Uma linha sem traço... o grito dos meus orgasmos!
Mas sem corpo, fico sem pátria até o sol voltar a falecer…
Tudo repousa em paz menos a tua dualidade.
Vai voltar nas asas de um anjo infestada de crimes de gula!
Amar será penitência se assassinarmos a magia da Paixão!