O homem no chão ( ou o bom samaritano)
Um homem caído no chão
No chão de um céu sem estrela
Erguido, então, pela mão
A mão que dissipa a tristeza
O homem, então, pede pão
O pão que nasceu da nobreza
Do gesto de um coração
Que não se entregou a rudeza
O homem conhece a ação
Sentado em volta da mesa
Reflete em quase oração
O sentido da tanta pureza
O homem vivendo do não
Se torna do não uma presa
Seu tempo é só solidão
Solidão, uma dor sem defesa
Enquanto habitarmos o vão
Que separa o ardor e a frieza
Nos faremos da paz o vilão
Corações sem amor, nem beleza!