Satírico

Todas as mulheres para ti eram sexys e desejáveis

Tu cobiçavas todas elas fossem formosas ou feiosas

Não tinhas preconceito de cor, todas eram transáveis.

Se eram gordas ou magras, para ti, todas eram apetitosas.

Corrias atrás das mulheres solteiras, das separadas.

Perseguias as mulheres casadas, as viúvas, as beatas e caretas

As muito jovens, as mais maduras... muito te apetecia as safadas

Transavas com lascívia, satiríase. Armavas diversas mutretas.

E luxurioso sugaste com voracidade a essência delas,

Sedento, carnal, alucinado te lambuzastes no mel.

Esfomeado sorveste a seiva do odor feminino em gozadela.

Usastes seus corpos, fizestes um grande forfel.

Amaste majestosamente como se fosses sultão.

Amaste sem castidade e com grandiosa paixão.

Amaste alguma com puro amor.

Amaste dezenas sem muito pudor.

Amaste aquelas com privacidade.

Amaste outras com ambiguidade.

Amaste umas com muito rumor

conforme o amor se apresentou.

As labaredas do amor maníaco queimaram intimamente

o âmago da tua amada, mas não te estancou a sexualidade.

Nem mesmo o choro enternecido e o olhar plangente

da tua benquerente refrearam a tua promiscuidade.

Desenfreadamente sorveste o cálido amor

que te saciou o desejo carnal, mas não supriu

a tua essência. Para o teu espírito, sobrou desamor.

Mas ainda te envaideces de tudo o que sucumbiu.

Umbelina Marçal Gadelha

Fala-se tanto das ninfomaníacas, mas pouco se fala dos satíricos. E eles são tantos quanto são as ninfomaníacas.