O bilhete
Gritaste na tinta permanente
do bilhete pálido, mas abrasador,
Que manipulaste a tua vontade
nos segredos do corpo lascivo.
Desenhas-te no papel perfumado
as mais libidinosas insinuações…
Um bilhete ou uma carta provocatória
com cenas de enlouquecer os mais mundanos!
Cálida fêmea, rainha da sagacidade
Teus dedos delicados e donos de firmeza
Traçaram nas rotas das especiarias
as depravadas e ímpares explosões
do prazer espelhado no teu prazeroso olhar.
Puramente pressentível no ar
respirado entre febres epistolares
descritas no teu bilhete húmido de odores!
Indiscritível lavra de tuas mãos no outeiro
carnal, firme, lácteo e rosado…
O vício em me desejares desbravado em ti!
Teus olhos luzidios e sensuais de Libidinosa fêmea
narraram aos papiros castos a loucura
da masturbação sem regras...
São lúbricas paixões na ponta de teus dedos!
Teu bilhete sem remetente deixou um rastro de odor
que me levará até ti…