Maré
Quando a baía aceita o "nunca mais",
Sua nau volta ao abandonado cais…
Trazendo containers de esperança.
Não adianta sobre a terra firmar o pé,
Pois ela é a personificação da maré...
Pra cá e pra lá, sempre me balança.
Deve ser de Kinshasa,
Essa cor, esse cabelo!
Subi, foguete da NASA,
Já está nua em pelo.
Mas mal deu-me asa,
Amputou-as com cutelo.
De vez em quando, brasa,
De vez em quando, gelo.
"Vem até minha casa,
Vem logo, preciso vê-lo!".
Mas na hora "H" ela vaza,
Me enrola, enrola tal novelo.
Quando a baía aceita o "nunca mais",
Sua nau volta ao abandonado cais…
Trazendo containers de esperança.
Não adianta sobre a terra firmar o pé,
Pois ela é a personificação da maré...
Pra cá e pra lá, sempre me balança.