VINHO
(Sócrates Di Lima)
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O vinho escorre do gargalo,
Se junta no abraço da taça,
Tão volupto quanto o encontro da cona e o falo,
Que faz tremer ao aconchego do deseo que abraça!
E nasce o sabor da uva...
Que os labios tocam suave,
Derrama pelo corpo como uma chuva,
Que faz viajar numa imaginária nave!
E o vinho que borbulha na taça,
Faz-se ondas num mar remoto,
E por mais que de vontade me faça,
Mais adormeço no desejo solto!
Voa como ventos de um mar bravio...
Ou como os ventos dos desertos,
Na brisa suave que toca um corpo frio,
Em gemidos treme mesmo cobertos!
Quiçá esse vinho que escorre feito sangue fervecente,
Em cachoeiras pelas veios das vontades,
Faz arrepios os poros suspirarem quentes,
Numa intrépida loucura de vãs saudades!
Tomo então nas mãos a taça
Levo-a aos labios num toque sublime de seios,
Que faz molhar as entranhas quando passa.,
Pela arganta e circula o cérebro em veios!
Vontades de um abraço infinito,
Daqueles que adorna o corpo em desalinho.,
Que faz ao final o ranger de dentes e gritos.,
Ao sugar no corpo esguio a fragrância erótica do vinho!