O Evangelho das Raposas
Passado por seu pais,
lupinos,
sendo eles,
Afrodite e Dioniso.
A eles foi ensinado,
o caminho,
do visível,
e do invisível.
Do maleável,
e do vazio,
do correr,
no mundo onírico.
De ser tudo,
e ser nada,
de como ser,
o que quiser ser.
Como a terra,
como o fogo,
como a ar,
e a água.
De mergulhar no abismo,
e não mudar nada.
De olhar o abismo,
e dele tirar a massa.
A massa de modelar,
aonde o nihilo,
tenta com força,
se consolidar.
De ter os poderes,
dos mistérios,
sexuais,
e deles triunfar.
O poder de usar todos os venenos,
e não se envenenar.
O poder de usar todas as drogas,
e não se drogar.
O poder da sedução,
de Afrodite.
O poder do amor,
e de ensinar há amar.
O poder de Dioníso,
de encontrar,
o frenesi divino,
o com o Olimpo comungar.
É hermético,
magistico,
uma espada sagrada,
um cálice divino.
Aonde brota,
aonde forma,
destrói,
reconforta.
Sobre muitos,
sobre mundos,
o poder de dominar,
como um grande arquiteto.
Com o poder da argila,
criar,
moldar,
e formular.
As raposas saem a noite,
entre as chamas,
das mais fortes,
há mais brandas.
O mundo conquistar,
destruir o antigo,
e com força do abismo,
um novo criar.