TENTADO
Permita-me confessar meus pecados,
Capital acumulado de cobiça e luxúria,
Pensamentos tantos, todos proibidos,
E imaginação fertil, fantasias impróprias.
Não me peças que detalhe as entrelinhas,
Não cabe num pretenso poema assim,
Seria adequado sim, num conto erotizado,
Só para quem deseja remexer seus instintos.
Tudo bem, pedirei desculpas às divindades,
Lavarei as mãos e a cabeça em água benta,
Rezarei aos deuses todos em clemência,
Mas certamente recairei em pecado renitente.
Se me condenas, por favor me ajude,
Impeça que os demonios todos me tentem,
Intervenha, em socorro aos bons costumes,
Diga a ela para não mais me olhar daquele jeito.