MAR DE AMOR!
Olho-te com este olhar de cobiça
Desnudo tua alma e o corpo abduzo
Se vai indefesa na areia movediça
A bel prazer teu desejo conduzo
Maré revolta na carne ardente
Teus pensamentos são redemoinhos
Ondas lambendo areia quente
Sal do mar em lúbricos carinhos
Vergastando a polpa e o convés
Agitando as entranhas abalos abissais
Nau sem governo ao sabor das marés
Ecoam na noite perdidos ais
Na procela deste mar de mim
Sucumbes exangue na beira do cais
Perdeu tua bússola nas terras do sem fim
Tua alma esmaecida sussurra: não vais...