Arrabaldes de uma morena
AH...hhhhh!
Toda essa sua morenice
Quando, por nós você desfila e passa
Entonteciam-nos, e me entontece
Juro! Não sei explicar o que acontece
Com quem ali te assiste passar,
Jamais poderei... Eu? Negar...?
O que isso causa neles e em mim, também...
Até dá, a entender...
Parecendo ser provocação sua, ou pirraça
E não foi só eu, quem disse
Tanto que declinar isso, é uma tolice
Quem sou eu pra refutar
Mentir pra mim e me enganar
Antes de mal, isso me faz um bem!
Sem contar...
Arrabaldes loucos, desse teu corpo
Feito curvas de um rio sinuoso, em linhas
Ziguezagueando, fim da tarde;
Principiando, abrindo a noitinha!
Potencializando (que loucura...),
Teus fartos e exagerados contornos
“Cruz credo”! Parece inté, coisa do além!
E esse teu olhar...
Não pode ser ele não, normal!
Entra igual flecha, por dentro da gente
...como raio de luz, colorido, forte e envolvente
De uma forma, quase que transcendental!
Por onde ela pisa, toca e desfila, tudo fica diferente!