APENAS MULHER

 

 

Há mulheres que são feitas de desejo.

Um anseio cru, disforme, úmido e fluídico.

 

São como flores à beira do barranco,

de pétalas finas, nem sempre de uma beleza ímpar,

às vezes até banais, mas que exalam um nardo

inebriante e narcótico...

 

Mulheres que sentem prazer.

E não se envergonham de dizer que o sente.

Gozam de luzes acesas,

sem pudores ou moralidades fraudulentas,

fixam seus olhos brilhantes no amante,

a boca vermelha entreaberta, arfante,

proferindo obscenidades, enquanto com as pernas,

prendem seus machos em seus mundos devassos,

e oníricos.

 

Sim, mundo de sonhos!

Pois realizam os seus sonhos de fêmeas sacerdotisas.

Depois lhes escrevem versos afogueados,

cheios de paixão, mas sem promessas de ‘ amanhãs”.

 

Não que tais mulheres sejam fascinantes ou súperas!

Não que as demais sejam insípidas.

Não há que se compara-las.

Em umas o sangue corre pelas veias como larvas de um vulcão,

pondo fogo nas entranhas , despertando pensamentos e membros;

noutras escorrem como o chá das ervas sedativas,

acalmam e entorpecem, trazendo o descanso do guerreiro.

 

Mulheres,

Mulheres,

As meias finas de cetim fingem cobrir coxas roliças,

os seios entumecidos pelo desejo,

as ancas que se erguem, instintivamente ao encontro da própria satisfação.

Tão profundo quanto puder...

... Tão deliciosamente quanto ousar receber.

 

Há mulheres assim...

Mulheres de tantos nomes...

São Marias, São Anas, São Sorayas, são Marlenes, Sonias e Irenes,

mas também recebem o alcunho de “ Mulher qualquer”,

mas seja como quiser, e vier, almas livres como tais,

são apenas MULHER,

nada mais!

 

 

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Elisa Salles
Enviado por Elisa Salles em 26/03/2022
Código do texto: T7481650
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