Um brinde aos canalhas!
Um brinde aos canalhas!
Que são safados natos
Que adoram passar a mão
Que odeiam detalhes chatos
Um brinde aos canalhas
Que não pedem pra beijar
Que vão logo agarrando
Sem saber no que vai dar
Um brinde aos canalhas
Que pedem pra ela ajoelhar
Que olha bem fundo nos olhos
Antes do leite jorrar
Um brinde aos canalhas
Tão impuros e imorais
Que cheiram a calcinhas da virgem
No cio como animais
Um brinde aos canalhas
Tão ébrios caindo no asfalto
Sem limites e safados
Gritando besteiras bem alto
Um brinde aos canalhas
Esses sim sabem viver
Que transam com a cachorrada
Até o dia amanhecer.
(Essa poesia é baseada na obra de Nelson Rodrigues, grande dramaturgo brasileiro).