TUA FALTA
Sinto falta dos teus beijos
Porém, mais que de teus beijos,
sinto falta do teu desejo de beijar-me.
A malicia inocente em teus olhos em busca dos meus
Tendenciosos, perscrutando minha alma.
... Estes teus olhos de castanha
perdia-me neles,
como quem se perde no mar.
Matam-me as lembranças das tuas mãos,
inquietas por acariciar-me a pele macia, nua, a espera do teu toque.
Mãos urgentes, indecentes, contavam-me estórias que não ouso repetir.
Devastava minhas barreiras, todas elas.
Como uma tormenta, arrastava-me, alagava-me.
... E eu ia,
fluindo para os teus rios,
desaguando por teus córregos.
Não sei quando morreu em ti aquela ânsia por nós.
Quando tua boca deixou de desejar-me o gosto,
ou tuas mãos se perderam dos meus caminhos...
... És ausência, mas ainda és.
Sempre será
a razão do verso meu.
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