Rosa do Povo
Flor de todos
Rosa do povo
Com todos dormia
Ela só sabia gemer
A Rosa do povo
Mulher de todos
Terror das casadas
Odiada por todas por onde passava
Não era ódio, era desejo reprimido
Queriam ser como ela
Sem algemas, sem grilhões e sem donos
A Rosa era livre
Flor de perfume inebriante
Que a todos seduzia
Do padre ao menino
A Rosa dormia
Fazia ousadia
A cachorra latia
No cio ela vivia
Todos a usavam e ela não importava
Fazia suas regras e suas regras eram seus momentos de libertinagem
Seu " não-ser de ninguém",
Seu "ser de todos"...
Seu corpo era um parque
Era repasto
Era carne que matava a fome do desejo...
E ela gostava
A todos ela dava
Era feliz a Rosa do povo
A Flor de todos
A ceia dos famintos
Ah, a Rosa que sucumbia aos olhares dos moço, dos velhos, dos batalhões...
A Rosa que nunca murchava e prazer exalava.