“ON THE ROAD”
“ON THE ROAD”
Todos plantamos sementes
Em algum lugar do passado
Ela chegou próxima a mim
Como se de repente houvesse
Se materializado. Parecia leve
Como se flutuasse no espaço
Seu corpo como que dormia
Num leito de antigravidade
Ela, uma aparição real, sim
No mundo dessa irrealidade
Mulher, sexo, vagina. Garota
Quase uma menina, vivia sim
No mundo encantado da fada
Madrinha, confinada persona
Personagem, ficção científica
Logo assimilamos o mundo
Das outorgas sem vergonhas
Mergulho no buraco de vermes
Guia, intimidade de seu mundo
Partes da humana idade rumo
À essa realidade medonha. Sim
Eu tocava sua guitarra, dedo
No grelo de seu mundo violão
Ela era a atriz principal no palco
Quantos dramas, essa rara ilusão
Minha querida era pura fúria
Imantando nela meu coração
Tão jovem, solta, presa e doida
Estava apenas na origem do beco
Da fome, nas portas da percepção
A ansiedade e a sede de revanche
Sua lua e a simpatia pelas tretas
Do demônio. Eu via seu futuro
Da bola de cristal de seus olhos
Poderia eu fazer parar o ímpeto
Elã da exalta ação por mais Aliens
Do regalo??? Poderia conseguir dela
Que viesse ser uma serena estela???
Que não pisasse nos meus calos
Eu sabia: inexistia uma única star
Que não estivesse a explodir dentro
De seu peito, a ânsia por um lar???
Mesmo se muito profusa mente
A amasse, sabemos que nascemos
Num mundo de revezes e desastres
Quem poderia parar o seu, o nosso
Mundo, saído do larbirinto a correr
Nem sabíamos para que, para onde
Tínhamos apenas uma certeza: ver-nos
Longe dos túmulos daquelas presenças
Existências que estavam a apodrecer.
Era boa, zen e iluminada e renovada
Mas como doía essa nossa liberdade!!!
E sempre nos perguntávamos ao sol
Resplandecente e visionário da tarde:
Até quando vamos poder remover dessa
Nossa subjetividade esses karmas, essa
Cachoeira de causas antepassadas???
Não, com certeza não somos os mesmos
E não viveremos como nossos pais!!!