O Éden
São dois corpos molhados,
Entrelaços,
Sem roupa.
A vontade devora,
Te percorro,
Com a boca.
E me crava,
As garras,
E sussurra,
"Estou louca".
Te devoro,
Me prova,
E me perco,
Entre as coxas.
E sufoco,
O gemido,
Um tesão,
A voz rouca.
E cavalgo,
Entre lírios,
As batidas ecoam.
Um mergulho,
No cio,
Vai e vem,
Não destoa.
E aquele arrepio,
E o desejo,
Atordoa.
Rio ao caminho do mar,
Eu sou o seu afluente,
Nós, o encontro das águas,
Jorram de duas nascentes.
Constelações a olhar,
Passam estrelas cadentes,
Anjos estão pelo ar,
O Éden está entre a gente.