UNHAS SEDENTAS

O véu rasgando na unha

Gemidos abafados e profundos

Vindo de dentro da sala

Salpicando em gotas sedentas

Cobiças vindas da alma

O barulho ecoa em murmúrios

Plantando seus linguajares

Escorria gotas quentes

Saindo jorrando nas unhas

Pela fresta observando a cena

Em labaredas os olhos ficavam

Passando a limpo o roteiro

Gestos e gritos em laboratório

Trazendo alforria do lado de fora

Sorrisos ofuscados nas paredes

Segredos lacrados no diário

Trancados a sete chaves

Ficavam os desejos das cenas.