No fogo dos Dragões Alados
O luar desvendava entre as fretas da velha janela de madeira de carvalho, uma máscara de prazer nas esteiras bordadas dos lençóis de linho…outrora ponto de admiração do envelhecido enxoval.
Os rouxinóis noturnos cantavam ao vento…acariciando os crisântemos no jardim e as loucuras recitadas pela velha cama rangente, gemiam connosco adivinhando-se-lhes o desconjuntamento total de qualquer tabu.
Em rodopio ressuscitavam os adormecidos gritos orgásticos entre o fogo dos dragões alados. Foste a gueisha de porcelana quente que explodiu em loucura, rasgando labirintos na minha pele ….ahhhhhhhhhhhhhh… gozo total.
E os teus olhos rasgados, perolas dos Deuses mais incautos… confundiam-se entre lágrimas de prazer e gotículas de suor e orgasmo.
Fechei-te os lábios com pontas dos dedos melados…suplicando para não me traíres enquanto o meu corpo estivesse quente de ti. Ergues-te alto o corpo…acomodas-te o quadril e recomeças-te…
Pela manhã espreitaram nas escrevaninhas os incrédulos… em bicos dos pés por entre as frestas da velha janela, e todos quiseram saber de onde vinham tantos gemidos de prazer que percorriam nas brisas paridas pelo leque de marfim.