Fomos...fui...fostes...és...seremos...
Fomos orgasmos virgens, inquietos e sem razão,
naquela húmida e voluptuosa dança.
Fui todos aqueles selvagens répteis serpentíferos cuspidores de tesão,
encantadores de faquires suicidas entre as pernas e a lança.
Somos libido enterrada no areal penetrando o céu ardente,
e gritamos por mais…muito mais vagas do mar de fragor insano,
como se fosse teus dedos a entrar passo a passo indiferente,
insensível roubando todo e algum prazer humano…
Foste os orgasmos que teus olhos vêm lambendo os cristais rebrilhantes…
Somos…simplesmente somos…o que o corpo obriga…
Seremos anjos inviolados, seremos carne insana que o pecado não castiga,
água, vento, ouro… pulsão, explosão…diamantes
onde resplandecem os desejos assassinados pela saudade
da carme infecunda a quem roubamos a castidade…