Tormentas e tempestades
Nuvens escuras
Varrem o céu de julho
Anunciam friacas, solidões, agruras
Nevascas se prenunciam
Para branquear calçadas.
E todos os homens e mulheres dormem
Depois da busca saciada
De quem, sem pudores, ama.
Um pássaro cativo se abriga em mim
Quando o dia penetra à madrugada
Então, seguras minha a mão, morna e desejada.
No frio intenso que se propaga
Falo para ti das estrelas que também têm frio
E do fogo vermelho da lareira
Que a tudo faz virar brasa.
Amo-te sob o Cruzeiro que paira sobre a janela
Simplesmente te amo meu eterno infante
No silêncio do que um dia foi chama.
Amo-te depois da chuva
Ao extinguirem-se as brasas
Num amor sem pressa, silente
Amo-te no frio de julho, enquanto o céu desaba.