Nicoly (Cio)
Não quero deixar-te dormir,
Nem a noite fria,
Há de amenizar essa chama se consumir,
Ainda assim, arderemos, toda noite até o dia...
Inultilmente o corpo se nega prazer,
Olha a nossa volta, vê a áurea envolvente,
Embotada em desejos permanente
Que desfigura toda criatura a perecer,
Resquício de um cio involuntário,
Transformando reis a agir como operário.
Assim é essa loucura incendiária,
Assim te tomo de posse autoritária.
E a remeto ao belo tempo de Boêmia,
Transformando os gestos em poesia.
Rio, 25 de Junho de 2021.