Caravelas
Caravelas
Minha mente coleciona demônios
desde quando eu desejo
uma noite com você,
depois desse meu desejo
a volúpia com todo ensejo
faz de mim escravo do prazer.
Assim todas as noites agora
são horas de muito desassossego
onde a paz é um delírio
escuto sussurros longes
minha mente já ouve vozes
de alguma noite com você.
Finalmente meu peito gela
exposto tal qual uma passarela
querendo sentir você deslizar
quero esquecer que tenho juízo
nas curvas do teu corpo eu preciso
navegar feito uma caravela.
Depois de tanto amor feito
tantas horas desconsideradas
num tempo que nunca esteve parado
nos lençóis estamos afogados
os corpos não querendo mais se separar
temendo nunca mais se ver.
Me levanto, vou embora, é preciso
algum rumo devo tomar
meio cambaleante
ainda beijo sua boca
ajudo a ti vestir a roupa
pensando no que devo dizer.
Você não fala nada
ainda espera
olhar de uma bela
conduz-me junto a ti até a porta
o silêncio então se enforca
quando segue o rumo de sua caravela.
Amamos-nos sim
só não sabemos ainda
quando de fato se entregar
se vamos deixar barato
o ato num eterno pecado
ou encarar como sentimento.
Mateus Almeida Santos. 15-06-2021.