Maldito Espelho
Poesia - Maldito Espelho
A maldição do espelho engoliu aquela pobre mulher,
Deturpando sua visão e conceito sobre beleza.
Ela apenas enxergava marcas e defeitos,
Naquele corpo moreno e perfeito.
Seja em seu delicado rosto ou em tuas perfeitas coxas,
Ditava suas insignificantes cicatrizes e até celulite
Como um defeito muito grave,
Lamentando em tua alma a própria sorte de ser mulher.
Questionamentos logo eram cortados com a frase
Você não sabe o que é ser mulher!
A culpa é daquele espelho e dos padrões de beleza,
Impossíveis de serem acompanhados
Ditados pela indústria da moda .
Para cada acerto, ela encontrava mil defeitos,
Dizendo que seu corpo ainda deveria ser consertado
Mesmo com as dúzias de maquiagens em sua mesinha.
Cada semana era uma visita em nome da beleza,
Desde o cabeleireiro , passando pela manicure
Assim, plastificou- se por inteira.
Mas toda maldição destrói a exuberância,
Tornando -a cega e derrubando seu conceito de belezas mulher
Ao cair nas garras deste feitiço da beleza,
Nada ou ninguém pareciam lhe satisfazer
Tornando-se refém do espelho
O inimigo agora era outro.
Autor O Amante das Palavras .