Chego leve,

junto aos primeiros raios de sol.


Roçando suave,

provoco arrepios nos pelos
do seu braço e calafrios na sua nuca.

 

Venho dos segredos

que só as aves e as árvores conhecem.

 

Ao nascer do dia,

sou brisa que chega
dos lugares secretos e escuros da noite.


Trago dúvidas

se os sonhos tornar-se-ão reais.


Me junto aos raios tímidos do sol

para abrir a carne dos seus lábios

num sorriso bom.
 
Na correria do seu dia frenético,

às vezes sou furioso.


Faço coisas que você reprova,

como levantar poeira, carregar folhas secas,

espalhar o fogo.


Gosto de passear pelo seu corpo,

espalhar seu perfume, sublimando-lhe o suor.

 

Mas o que me deixa alvoroçado

é o poder de desarrumar seus cabelos,

levantar a sua saia, ruborizando as maçãs do seu rosto.

 

A sensação gostosa de frescor

provoca-lhe gestos involuntários.

 

Tímida, a carne dos seus lábios se contrai,

percebem-se pequenas e suaves mordidas.

Os olhos sorriem.


Nos encontramos

no fim de uma tarde qualquer.


Cabelos molhados,

vestido florido, batom vermelho.

Pés acolhidos nos bordados de um chinelo.


Abraço as suas pernas, assopro

o seu rosto e você me acolhe...

 

Assim, discreta,

mas não o suficiente para resistir

ao toque de um ventinho indiscreto...

 

Friozinho que faz você se apertar, enquanto

fecha os olhos e solta um gritinho gostoso.


Ouve-se uma música...

o seu corpo sinuoso balança...
a carne dos seus lábios se abre num suspiro hortelã.

 


Imagem: Google
 

 

Jefferson Lima
Enviado por Jefferson Lima em 06/06/2021
Reeditado em 01/11/2021
Código do texto: T7272545
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