Cilada
De tua boca escorre a delicada palavra
O beijo da vida, a sucção da morte.
De tua boca a palavra menos importa
Importa tua língua, que empola, amolece.
Ah, tua boca tem um colar de pérolas
E entredentes colocas partes de mim,
Ensaio morrer em tua boca
Na noite escura e estrelada
Para amanhecer em teus lábios.
E na delicada ruptura de delícias
Sigo andrajosa em trajes de apaixonada
A lua desceu de tua boca,
Agora mora em minhas pernas.
A palavra delicada
Era cilada.