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RECICLANTE
(Sócrates Di Lima)

Olhado o tempo que me olha,
nas frestas da vida que me observa,
As vezes deseoa que o vento me acolha,
Carregue-me nos seus braços e me leva.

Não sei ao certo para onde
mas sei que talvez seria bom,
Porque hoje o tempo me esconde
nos medos de amar no meu melhor tom.

Reciclo o meu pensamento perdido,
Nos mil tons de um bem querer,
Mas, ainda me sinto escondido,
Posto que o amar, preciso reaprender.

Mas, deixo a brisa roçar minha tez
trazendo as vontades de você..
Trazendo seus gemidos de amor, talvez,
Fazendo-me gemer sem nenhum porque!

Ai olha o ontem la fora...
distante do hoje como sempre é...
Mas depois que este pensar for embora,
Vigio-me esperançoso e com muita fé.

Fé de que você poderá voltar,
nos meus pensamentos de amanhã,
E se assim o fizer, eu posso sonhar,
E dizer que meu coração é seu maior fã.

E deixa a vida correr ribanceira abaixo,
subir e descer os aclives,
Mas, sempre voltar como um facho,
E acender meu corpo que apagado estive.

Vem! Desafora o que lhe prende e cerca,
Se liberta das suas amarras de mulher,
E comigo numa cama se perca,
E viva um dia de cada vez, como o meu prazer lhe quer.

É por isto que sigo o meu destino,
Buscando um coração que me acolha gorjitante,
Como um pássaro alfa e um velho menino,
Não me perco, e assim me torno um eterno reciclante.

 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 06/02/2021
Código do texto: T7178082
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