Senhora serpente

(leia enquanto ouve música árabe instrumental)

Percorra, percorra meu corpo

na lentidão do infinito.

Que até o prana mais impessoal

ouça meu gemido.

E meus olhos, que nem mais estão, saibam de ti.

E de tua história e de teu ventre.

Vejo em tuas olheiras as batalhas que travaste

na imensidão de jornadas.

Não conte a ninguém nosso segredo

mais promíscuo e profundo.

As aves que aqui estão faltarão como na primavera.

Em teu carrasco repousarão na imensidão estratosférica,

na cintilação de tua quimera.

Ora veja, se não é o chocalho que mostra a casa de nossa presa, se não é o fulgor de tua vigília que sibila, assovia, que tu és minha.

Dienis Mel
Enviado por Dienis Mel em 16/01/2021
Reeditado em 16/01/2021
Código do texto: T7161371
Classificação de conteúdo: seguro