CORPOS EM AMOR

(Sócrates Di Lima)

Ao longe a provoco,

Ao longe a pego de jeito,

Ao longe a convoco,

Para se deitar em meu peito.

E a brisa em corpo lhe trás...

E com a chuva faz sinais em Lua

Ilumina meus quintais,

Um clarão de Luz vem com a vontade sua.

E assim se deita em minha cama

em vestes nuas,

Acende a minha chama,

Traz em labaredas as suas...

E os corpos se unem,

Carias e corpos se imantam,

Amor e atesão se fundem,

E dois em um se agigantam.

E como um historiador,

Descubro os seus segredos,

Como um desbravador,

Tomo conta dos seus medos.

E em carias infinitas unem-se desejos...

As mãos se entreaçam...

As bocas se devoram em beijos,

As loucuras se ultrapassam.

Já não há silêncio na madrugada,

Como a carne no inverno treme,

Depois de uma selvagem pegada,

Até a alma geme.

Incansáveis...

Como dois viciados...

O amor se desdobra em toques interminaveis,

Fazendo corpos indomáveis.

Ah! Como o amor grita em forma de vozes,

Com os corpos exalam odores,

E os poros expelem sais sagrados em doses,

Que inundam lençoes misturados em flores.

E depois do amor insano e profano...

Cantigas de ninar vela o sono...

De um corpo em alva feminino humano,

Que depois do amor se fazem abandono.

Mas quando o silêncio as nossas almas envolvem...

Mostram que valeu a pena o sonho sem pudor,

E juras eternas uma e outra alma em cânticos se absorvem,

absolvidos na libido os corpos em conchas adormecem em amor.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 08/01/2021
Reeditado em 02/07/2023
Código do texto: T7155083
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