Fecho os olhos,
água escorre...
Debaixo do chuveiro,
contemplo o s🌞l
pela janela.
Quente e indiscreto.
Enquanto me banho,
me encara.
Fixo os olhos na bola de fogo,
que me chama com sua chama.
Me atrai.
Lindo, em nítido contorno.
Enorme bola de fogo.
Desce lentamente
entre dois prédios.
E se põe devagar
invadindo meu banhar.
Ousa iluminar meus seios,
secando cada gota que desce...
Penso no Oriente,
onde é símbolo da perfeição.
Como não?
Por longo momento
entrego-me ao poder imperial.
Norteador humano,
Pai universal.
Ressurreição a cada manhã.
Água escorre, ele aquece.
Sintonia perfeita.
Vida, luz, força, poder.
Empodera-me, rei,
sou tua rainha!
Deusa Eos,
tomada por alquimia.
Então se despede.
Estranha alegria.
Talvez uma carta de alforria.
Êxtase felicidade,
abraço do sol
num final de tarde.
Taciana Valença