Idade da inocência
Idade da inocência
há em mim uma criança inoportuna;
impaciência da alma, palavras fotográficas
um desassossego sempre crescente
tão diferente e sempre igual.
sempre meditei no concreto além absurdo
onde a realidade substancial é uma série gestos
de sentires fingidos dentro da realidade do querer
não é por bondade que isto acontece,
mas sim porque se torna ridícula
a verdade existencial do prazer…
no regresso às coisas nulas em que viajo
há em mim a inocência infantil da vaidade
desse abraço dado e entregue
como um beijo roubado à sombra de um cipreste
pintando sonhos de mão dada com as poucas nuvens
brancas cor de algodão que nos erguem o olhar…
baixo os olhos de protesto pesado
pelo ledo engano do tempo passado
numa face que me é própria,
talvez fosse mulher
talvez sereia se tivesse aprendido a cantar.
Alberto Cuddel
22/08/2020
16:28
Poética da demência assíncrona...
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