AINDA QUE...!
(Sócrates Di Lima)
Mulher...
Menina...
Jovem senhora!
Ainda que...
eu sonhe,
Nas minha mais solitárias noites,
Ainda que eu te tenha dentro de mim...
Nos meus mais sagrados momentos,
o tom do mais infinito amor,
Impaciente me vejo,
Em lampejos,
Um dia,
sem poesia,
morrendo de amor,
nos braços teus....
Mulher...
Morena,
Minhas tardes serenas,
amenas...
sem fim,
aqui, dentro de mim!
Mulher!
Havia tempos...
Muito tempo,
Que ando dentro de ti,
Como um andarilho perdido,
Mocinho,
Vilão,
Bandido...
Havia tempos conheces a minha alma,
O meu coração,
Mas,
não conheces tanto assim
o meu corpo,
Minhas mãos,
Meu olhar gritante,
O meu sorriso,
por certo...
Havia tempo estás comigo,
Na alma,
No pensamento,
Nos sonhos,
Nos pesadelos,
Nos medos...
Mas, por hora não sentistes os toques
das minhas mãos,
Dos meus lábios,
da minha língua,
o roçar do meu corpo viril,
Nem nestes tempos, tivestes na carne,
As marcas dos meus dentes,
No ápice do prazer...
Nem me tivestes dentro de ti,
Com o cetro dos meus desejos,
Rasgando a tua carne,
extravasando a tua libido,
Inundando teu ser,
Com o meu mais puro deleite,
água, licor e leite....
Da nascente do meu beijo...
E por onde tu andas,
e tiveres que andar,
e por certo, me abandonar....
Ainda, assim,
estarei dentro do teu pensamento,
dos teus mais insanos desejos,
Das tuas mais inocentes loucuras...
Na tua pele,
Na tua cama....
Em chama...
Como vulcão despertado,
Em erupção permanente,
Mas, na realidade,
A gente,
Nem se abraçou,
nesta insana saudade....
de uma inexistente presença,
impaciente ausência,
de ti,
de mim,
de nós,
...Ainda que...!