Teus Braços

São pálidos a luz da vela na valsa ausente

Nos salões burlescos no girar da dança

Quando a casaca os oscula em perigo

No tremor agudo que nos alcança

São o sonho da febre fugidia

Das noites estúpidas de desesperança

Em que o poeta se debruça sobre o ocaso

Invocando, soturno, a turva lembrança

O dissabor dos delírios torpes

Das diurnas inquietações solenes

A aura dócil e sublime da arte

Tal qual a pena na lira perene

Nívia brandura da brisa

Sublevando-se sob a cambraia difusa

Macios como a pele do lírio

Sedutores como os seios da musa

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 11/11/2020
Reeditado em 15/04/2021
Código do texto: T7109306
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