Teus Braços
São pálidos a luz da vela na valsa ausente
Nos salões burlescos no girar da dança
Quando a casaca os oscula em perigo
No tremor agudo que nos alcança
São o sonho da febre fugidia
Das noites estúpidas de desesperança
Em que o poeta se debruça sobre o ocaso
Invocando, soturno, a turva lembrança
O dissabor dos delírios torpes
Das diurnas inquietações solenes
A aura dócil e sublime da arte
Tal qual a pena na lira perene
Nívia brandura da brisa
Sublevando-se sob a cambraia difusa
Macios como a pele do lírio
Sedutores como os seios da musa