TUDO FAZ BEM
(Sócrates Di Lima)
Quando o portão se abre,
a fragranca o vento traz
como o tenista na quadra de sabre,
a sua vontade corre atas
E assim, o que deseja faz
buscando com satisfação o seu prazer,
e quando vence sua alma se refaz,
como quem busca o seu bem querer.
E assim, quando se abre o meu portão,
trazendo uma brisa perfumada e bela,
fica gritante o meu tesão....
e saio em braços abertos para ela.
E num abraço fogoso e quente,
apertado feito nó de corda,
apenas a cama separa a gente,
mas une novamente, ai a libido acorda!
E o beijo talvez já quase esquecido,
pelo tempo da ausencia das linguas,
faz o corpo todo aquecido,
porque o desejo andava a mingua.
E assim, a meia luz azul de um abajour no canto,
no meio da penumbra do quarto,
seu corpo jogado com amor na cama como encanto,
mas, no toque da lingua, pega fogo a jato.
E a saudade que tanto se contorcia,
na distância dos corpos que se desejam,
fez-se templos em sua agonia,
e na magia do prazer, o prazer jorravam.
Ah! Que quando a saudade se toma,
em taças de desejos que o amor tem,
Sente-se, então o desejo da carne retoma,
e o prazer de querer, a tudo faz bem!