Caminho sinuoso
Tu vieste à noite e eu não percebi,
estivestes sobre a cama e eu não senti.
Postastes aquela foto e eu nem sequer vi,
já era tarde.
Dormia.
A noite passou.
E então,
numa manhã de quase primavera me vejo nu pela cidade.
Numa avenida sinuosa de duplo sentido.
Que pernas!
Sigo o percurso de olhos semicerrados, quero me perder.
Tateio o caminho com as mãos incertas, pura paixão.
Isso é amor incauto e subversivo de instantânea feição.
E se não há retorno,
só me resta seguir.