OLHO NA JANELA
DO OUTRO LADO DA JANELA
TEM O SEU CORPO
QUE VEJO SEM OLHAR
QUE OLHO SEM VÊ
QUE SINTO SEM TOCAR
AS VEZES TOCO SEM SENTIR
ANESTESIADA FICO SÓ DE SABER
QUE POSSO VÊ ALÉM DE VOCÊ
QUE POSSO NÃO QUERER
O ESTRANHO SENTIDO INVERTIDO
DA ESTRADA DO SEU EXISTIR
É CONFUSO OS CAMINHOS DIFUSOS
DE NÓS DOIS, TRÊS, QUATRO
DENTRO DO QUARTO DE DORMIR
CADA UM NO LEITO DO PENSAR
SE PERDE NA SOLIDÃO DO SONHAR
O REAL SE CONFUNDE NO AZUL DA FANTASIA
QUE ENLOUQUECE LENTAMENTE
NO TREPAR A PROCURAR
PRAZER, AMOR, LICOR,
DOR
DOR
A JANELA NÅO EXISTE
ERA SÓ UMA DESCULPA
PRA TE IMAGINAR
DO OUTRO LADO
A SALVO DE MIM
QUE POSSO TE DEVORAR
COM MINHA LIBERDADE SELVAGEM
COM GARRAS DE RAPINA
QUE SABE VOAR PRA CAÇAR
VOCÊ É MINHA CAÇA
QUE MIRO
ATACO E FICO A BRINCAR
NA VERDADE NÃO QUERO TE DEVORAR
PRECISO DO SEU CAMINHAR PARA ME GUIAR
PARA UM LUGAR ALÉM DO AQUI
A JANELA É TUA
SÓ TU PODES ME PRESENTEAR COM AQUELE OLHAR
QUE VAI ILUMINAR UMA CENA DE VIDA
JANELA QUE ABRE
JANELA QUE FECHA
JANELA DO MEU DESEJO
JANELA DE FUNDOS
JANELA QUE VÊ A LUZ E A COMPARTILHAR
JANELA QUE ME PROTEGE
JANELA ABERTA PRO MUNDO
JANELA QUE NINGUÉM VÊ
SÓ EU E VOCÊ