O ORGASMO DA PALAVRA

Ouço uma constante e íngreme sineta

A correr bem para lá, devagar, ao fundo

Com as correções do mal fez o mundo

E uma baixa voz me pede que te meta

As minhas vaidades sobre a preta saia

Atormentadas pelo latir dos lábios

Que me ajoelham para que não saia

Dessa sede que nos seca a nossa praia

Desse conceito que nos torna sábios;

Agora, se no crepúsculo me ouvires

A desdenhar esse agoniado silêncio

De modo que nossos olhos arco-íris

Sejam, não me guardes o teu incenso.

Saurimo, 08/08/2020

Salvador de Jesus Ximbulikha
Enviado por Salvador de Jesus Ximbulikha em 10/08/2020
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