Vim
De tudo o que me sobra dou-te a fome.
Há quanto tempo esperei este dia!
Toma-me e sacia-te de pão e mel,
de carne e força do vento que trago,
de alegria.
Sou no teu corpo o estrondo e a chuvada
A terra seca e a lama, a erva molhada.
Bebe-me.
Rasga o que de mim achares bom para o combate
e traz-me, dolente o teu travo forte,
o veneno manso, a morte que me digas ser sono,
traz de ti o abandono, a seiva,
as licorosas pétalas de esmagar no vicio,
o som do carrilhão e o sussurro,
o artifício.
É de fogo a tua gema, pedra que foi
para quem nunca te soube.