Vim

De tudo o que me sobra dou-te a fome.

Há quanto tempo esperei este dia!

Toma-me e sacia-te de pão e mel,

de carne e força do vento que trago,

de alegria.

Sou no teu corpo o estrondo e a chuvada

A terra seca e a lama, a erva molhada.

Bebe-me.

Rasga o que de mim achares bom para o combate

e traz-me, dolente o teu travo forte,

o veneno manso, a morte que me digas ser sono,

traz de ti o abandono, a seiva,

as licorosas pétalas de esmagar no vicio,

o som do carrilhão e o sussurro,

o artifício.

É de fogo a tua gema, pedra que foi

para quem nunca te soube.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 17/06/2020
Código do texto: T6980240
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