SEXO
Distantes, nossos corpos são aves
Buscando a primavera dos dias
A solidão me congela na neve
Enquanto busco alguém que me ria
Queria o conforto de tua concha
Me prender nos braços de tuas algas
Dormir nos mares de tuas coxas
Sorver o sol com que tu me salgas
Mas a distância é o abismo das almas
Enferruja os laços mais ferros
É a linha desencontrada das palmas
É o não suportar o silêncio, aos berros
A saudade quebrou meus todos espelhos
Me fez de cego e surdo ante o sonho
Me apagou minhas mentiras-centelha
A ninguém mais no mundo me disponho!