VOLÚPIA

Viverei eu, assim, eternamente sonhando...

Escondendo minha alma em pele de leopardo...

Durante o dia descansando...

Em sombra e água fresca...

Nas madrugadas, buscando minha presa...

Ao mirar-me no silêncio...

Com olhos de cegueira...

No mesmo ímpeto...

Amo ou odeio...

Entre a mentira e a verdade...

Brindo com vinho forte...

Dou meu corpo prometido à sorte...

Antes que me sorria a morte...

Em prelúdio de noites sem luar...

De olhar lânguido de desejo...

Eis que irrompe em meu pensamento:

Há apenas os que sentem prazer...

Se assim lhe pareço lascivo...

Alma perdida à encontrar...

Convido com a ilusão...

Flertar...

Nas calçadas despidas...

E ruas vazias de vida...

Não tendo onde chegar...

Me porei a caminhar...

Até uma alma abandonada encontrar...

Sandro Paschoal Nogueira

http://conservatoriapoeta.blogspot.com

Sandro Paschoal
Enviado por Sandro Paschoal em 04/04/2020
Código do texto: T6906726
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