VOLÚPIA
Viverei eu, assim, eternamente sonhando...
Escondendo minha alma em pele de leopardo...
Durante o dia descansando...
Em sombra e água fresca...
Nas madrugadas, buscando minha presa...
Ao mirar-me no silêncio...
Com olhos de cegueira...
No mesmo ímpeto...
Amo ou odeio...
Entre a mentira e a verdade...
Brindo com vinho forte...
Dou meu corpo prometido à sorte...
Antes que me sorria a morte...
Em prelúdio de noites sem luar...
De olhar lânguido de desejo...
Eis que irrompe em meu pensamento:
Há apenas os que sentem prazer...
Se assim lhe pareço lascivo...
Alma perdida à encontrar...
Convido com a ilusão...
Flertar...
Nas calçadas despidas...
E ruas vazias de vida...
Não tendo onde chegar...
Me porei a caminhar...
Até uma alma abandonada encontrar...
Sandro Paschoal Nogueira
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