M A R É
Maré que invade
nos sonhos faz lamento
oceano de saudade
infinito de desejo
na memória o derradeiro beijo
que calava nossas vontades
tempo que se perdia no tempo
envolto em mar revolto
onde a brisa acariciava
arrefecendo nossos corpos
no intervalo a calmaria
ondas invadiam os instintos
soçobrávamos nosso prazer
sem amarras e sem surpresas
prosseguia-se mesmo à deriva
olhos atentos
faróis em meio ao mar
corpos extenuados
mas o importante era o amar
no queimar de nossa pele
novas marolas se faziam
sussurros despertavam
murmúrios silenciavam
e o nosso amor
no encontro de céu e mar
se fazia poesia