Cavalgue-me
Cavalgue-me!
Arde, brasa, pimenta malagueta!
íntimo desejo pelos olhos vaza
mas só o percebo de soslaio.
Lacaio dos sentidos me quedo...
Soa a trombeta, rugem as feras;
a casa cai, já não há mais segredos,
nada invisível, tudo permitido.
Toma! Entrego, então, os pontos...
Quem dera pudesse esconder
por toda vida, eternamente,
essa ânsia de ter-te comigo:
Continuaria forte e imbatível...
Mas, trai-me a mente incauta,
impiedosamente ela me expõe.
A noite se esvai, é quase dia:
E todo desejo vem à tona!
Salte sobre mim de qualquer jeito,
puxe, comande as rédeas levemente...
Encoste seus peitos em minha crina,
cavalgue-me, seja minha amazona!..
Este poema faz parte do livro "Serenas Provocações" - Expedito G. Dias - Profex/Cia do E-book/2015