NO ESPELHO - À FLOR DA PELE

FRIA E CHUVOSA MANHÃ,

OUÇO O BARULHO DAS GOTAS,

O TIC TAC DO RELÓGIO,

DESPERTAR, HORA DE LEVANTAR.

SINTO O CHEIRO DO CAFÉ, SABONETE,

ATREVO -ME A ENTRAR NO CHUVEIRO,

ATRASAR-TE , TENTANDO PARAR O TEMPO.

APRECIO ,VIAJO,

APROVEITO O MOMENTO,

PERDER-ME EM PENSAMENTOS ,

ENQUANTO A ÁGUA CAI PELO CORPO.

MANTENHO O EQUILÍBRIO ,

ESTADO DE TORPOR,

OLHAR FAiSCANTE,

ATREVIDO, PERTURBADOR .

CORPO À FLOR DA PELE, ENSABOADO,

REFLETIDO NO ESPELHO EMBAÇADO,

REVELANDO O FRUTO DESSA INTERAÇÃO,

QUASE EM DECOMPOSIÇÃO.

OLHOS CERRADOS, COMO QUEM FAZ UM PEDIDO,

BOCA ENTREABERTA, SUSSURRANDO NO OUVIDO,

CLAMANDO POR MAIS UM MINUTO DE ATENÇÃO,

IGNORANDO O TEMPO, ESQUECENDO A RAZÃO,

TUDO ESTÁ PERDIDO, ENTREGUE À PAIXÃO.

Adna Matos Macedo
Enviado por Adna Matos Macedo em 04/02/2020
Reeditado em 16/07/2020
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