Branco e carmesim

Certas coisas tem o poder de instigar, atrair, provocar desejo ; cores quentes aguçam a sede, ver alguém bocejar faz nós repetir o mesmo ato.

Assim como um louco desejo o irrompe dos seus instintos quando ela mordia os lábios, se era um ato provocativo ou involuntário como quem coça a cabeça afim de pensar melhor, não sabia afirmar, mas que aquilo o incendiava, ao ponto de mal se conter na cadeira isso era um fato.

Seus pensamentos voavam como pipa ao vento ao separar em tal situação, e aquilo povoaria os seus pensamentos por horas, ela tinha um jeito meio desengonçada, muito pouca vaidosa, mas o jeitinho intelectual, o excitava e isso tem nome, e denominada de sapiofilia: atração sexual por inteligência, mas como dito antes, a centelha que o incendiava o seu corpo tal como fogo corre e devora mato seco, era a mordidinha nos lábios.

Os lábios por si só já eram maravilhosos, carnudos e de uma cor carmesim tal como uma deliciosa fruta, nos convidando a delícia-lá, e a mordidinha tinha o poder de destaca-los mais ainda, um choque de cores o branco de seus dentes com a cor quente dos seus lábios, um contraste de gelo e fogo.

Capaz de ir além de Nero e botar fogo não se ater em Roma como abrasar continentes inteiros

e fazia emergir um vulcão em BH, erupçãndo magma em forma de desejo do próprio coitado que como um telespectador vendo o seu programa preferido se extasiado daquilo que o mais agrada.

Arduamente se controlava quando em meio a uma conversa entre os dois ela involuntariamente ou não, pressionava os lábio inferior com os dentes.

Isso sempre lhe tirava o chão e lhe atirava a mergulhar em mar de desejos por ela, mas onde sobrava vontade, faltava coragem e tudo ficava escondido como um valioso tesouro á sete chaves.

C.A.Martins